“Eu disse ao ministro das Relações Exteriores [da Índia] que a parceria entre Israel e Índia é um casamento feito no céu, mas consagrado na Terra.”
Netanyahu em entrevista ao IndiaToday
A crescente parceria da Índia com Israel se baseia em uma convergência de interesses de segurança, de perspectivas ideológicas etnonacionais e de visões supremacistas.
O aprofundamento público dos laços ocorreu sob o partido no poder do BJP de Narendra Modi porque, ao contrário do Partido do Congresso, não tinha o mesmo compromisso ideológico com a causa palestina e o mundo árabe, e não as mesmas preocupações sobre o eleitorado muçulmano na Índia.
Israel se tornou um importante fornecedor de equipamentos militares e armamentos sofisticados para a Índia, ficando em segundo lugar, só atrás da Rússia, e chegando a cerca de 40% do total das exportações de armas de Israel entre 2000 e 2010 (fonte: SIPRI).
Na década de 1990, as relações comerciais se baseavam majoritariamente em diamantes, que constituíam, na época, cerca de 40% do comércio bilateral (fonte: MEA indiano).
A cooperação dos dois países se estendeu rapidamente ao espaço, inovação em pesquisa e desenvolvimento, vigilância cibernética, petróleo e gás, tecnologia da água, agricultura e coprodução de filmes.
Por exemplo, durante a visita de Modi a Israel em 2017, a Índia comprou o software Pegasus, usado para invadir cerca de 300 contas digitais de ativistas, jornalistas e líderes da oposição.
Desde 2015, estagiários oficiais do Serviço Policial Indiano são treinados pela Academia Nacional de Polícia de Israel todos os anos.
Como parte da iniciativa “Make in India“, as armas israelenses são produzidas diretamente na Índia.
A colaboração cresceu particularmente nas áreas de água e agricultura desde 2017.
As autoridades indianas fizeram uma parceria com Mashav, o órgão governamental de Israel para o Desenvolvimento Internacional, especificamente na região ocupada de Jammu e Caxemira para construir “Centros de Excelência” e treinar agricultores.
Esses centros maquiam o apartheid israelense na Palestina e apoiam as tentativas das autoridades e corporações indianas de alterar o uso da terra e a demografia da Caxemira. Existem 29 Centros de Excelência em 12 estados da Índia.
Grupos nacionalistas hindus indiano-americanos se desenvolveram e se modelaram no lobby pró-Israel mais feroz dos EUA (AIPAC), formando o Centro Indiano-Americano de Ação Política (IACPA) e o Comitê de Ação Política da Índia nos Estados Unidos (USINPAC).
Os dois grupos têm cultivado um diálogo constante desde então.